Reunião prorroga TAC e Hopi Hari fica fechado por mais 10 dias, diz MP

Prazo para o novo Termo de Ajustamento de Conduta vence no dia 22. Delegado afirma que vai retomar depoimentos a partir de quarta-feira (14). O parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo, ficará fechado por mais dez dias. A assessoria de imprensa do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) confirmou ao G1 a decisão da promotora dos Direitos do Consumidor, Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira, em prorrogar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), após reunião realizada nesta segunda-feira (12) com um advogado que representa o parque. A prorrogação do TAC é "para o término de todas as vistorias necessárias", segundo nota publicada pelo MP-SP. Gabriela Yukari Nichimura, de 14 anos, morreu após cair do brinquedo La Tour Eiffel, atração do local, em 24 de fevereiro. O parque está fechado desde o dia 2 para vistoria de promotores, Instituto de Criminalística (IC), Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A assessoria de imprensa do MP-SP informou que as vistorias voltaram a ser realizadas nesta segunda (12), mas não entrou em detalhes sobre quais brinquedos foram vistoriados e qual a programação para os demais dias da semana. O advogado do parque Alberto Zacharias Toron disse que recebeu com "absoluta naturalidade" a prorrogação do TAC, uma vez que já era prevista. "As perícias ainda não foram concluídas e vamos acatar sempre", afirma. Caso o acordo seja descumprido, o parque deverá pagar multa diária de R$ 95 mil. O prazo do primeiro TAC firmado entre o parque e o MP venceu no domingo (11). Nesta tarde, o delegado titular de Vinhedo, Álvaro Santucci Noventa Júnior, disse que os depoimentos devem ser retomados a partir de quarta-feira (14), pois também precisa se dedicar aos outros crimes que surgem na cidade. "É muito trabalho, preciso ver outros casos, senão daqui a pouco a delegacia explode", conta em bom humor. Na sexta-feira (9), ele afirmou que vai dispensar o depoimento de Armando Nichimura, pai de Gabriela, pois entende que o conteúdo revelado pela mãe é suficiente. Além disso, disse que pretende ouvir ao menos outras dez testemunhas, sobretudo as que ocupam cargos superiores no Hopi Hari. Noventa Júnior não participou da reunião sobre o TAC. Ele afirma que o trabalho está sob responsabilidade do MP, assim como os detalhes da vistoria nos brinquedos. "Não sei dizer se ela foi concluída", diz em alusão aos quatro brinquedos que integram a lista de equipamentos rápidos e radicais e que até então não haviam sido avaliados. Até sexta, dez equipamentos já haviam sido vistoriados. Sobre o andamento das investigações, que pretende encerrar em cerca de 20 dias, o delegado disse que está "muito satisfeito". Ele aguarda pelos laudos produzidos pelo IML e os produzidos durante as vistorias no brinquedo. Noventa Júnior disse que não recebeu um pedido oficial para investigar a divulgação de fotos que mostram ferimentos e escoriações sofridas por Gabriela Nichimura no acidente. "Em respeito à vítima, é bem possível que seja aberto um novo inquérito para investigar a origem das imagens", ressalta. Sobre o TAC O Termo de Ajustamento de Conduta obriga o Hopi Hari a disponibilizar o projeto e detalhamento das atrações, os dados do fabricante, o ano de fabricação e instalação. Outros documentos serão obrigatórios. Os dados de alterações a pedido dos fabricantes e os relatórios de manutenções do parque. Durante a perícia, o parque ainda terá que manter um número mínimo de operadores nos brinquedos. O Hopi Hari deve fornecer, em uma semana, cópias dos registros de acidentes e incidentes com operadores e usuários relacionados às atrações no último ano. Deve informar ainda as causas, os motivos e responsabilidades.